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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Esporte intenso aumenta risco cardíaco


Os esportistas que se submetem a intensos treinamentos de resistência, como maratonistas e ciclistas, se arriscam a sofrer danos no ventrículo direito do coração, que podem resultar em arritmia, segundo um estudo publicado hoje no "The European Heart Journal".

Um grupo de especialistas da universidade belga de Leuven investigou se os defeitos no ventrículo direito que costumam ser detectados nos casos de arritmia ventricular, doença com origem genética, podem se dever a outras causas. Após realizar testes com esportistas, os pesquisadores comprovaram que os exercícios intensos e contínuos podem alterar o ventrículo.

Os médicos analisaram, entre julho de 1997 e abril de 2005, 22 holandeses e belgas praticantes de esportes de resistência, com idades entre 18 e 55 anos, que sofriam de arritmia ventricular, mas não apresentavam anomalias coronárias.

Esse grupo foi comparado com outro, de 15 atletas sadios, e com um terceiro, de pessoas que não eram esportistas e também não sofriam de arritmia ventricular, doença que faz com que o coração bata de modo irregular.

O estudo, dirigido pelo cardiologista Hein Heidbuchel, demonstra que, em 82% dos pacientes com arritmia ventricular, o problema "tem origem provável ou definitiva no ventrículo direito".

Nesses atletas, o ventrículo direito, maior do que entre os demais participantes do estudo, não cumpria com normalidade sua função de bombear sangue para fora do coração, já que retinha 20% a mais.

Heidbuchel destaca que "a hipótese de que o exercício de resistência de alto nível seja uma causa subjacente da arritmia ventricular é apoiada por outros estudos", que indicam que o exercício sobrecarrega o ventrículo direito, que tem paredes mais finas do que o esquerdo.

Segundo os pesquisadores, seu estudo questiona se esse tipo de exercício de resistência "age não apenas como detonador das arritmias, mas também como promotor das alterações no ventrículo direito".

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